Perder um animal de estimação é como perder alguém muito próximo. É possível, sem exagero, comparar até mesmo a perda de um membro da família (porque os pets são como membros da família mesmo).
As dores, as lembranças, os momentos de desespero e até a culpa e a não aceitação fazem parte do luto. Todo esse período deve ser percebido com muita atenção e cuidado, pois pode trazer algumas consequências para todos os envolvidos, sejam crianças, adultos ou idosos.
1. Reconhecer e entender a dor do outro
Um dos primeiros passos é reconhecer a dor e não ter medo de julgamentos. Muitos acreditam, e chegam até a externar essa opinião, que por ser um animal de estimação a dor da perda seria mais amena ou até banal, pois era “só” um animal, mas sabemos que não é assim que acontece.
Nesses casos, os envolvidos devem se permitir chorar, sentir angústia e saudade. A tristeza é um sentimento muito normal e que deve ser expressado. Além disso, reconhecer que as dores estão ali, facilita o processo de superação desse momento tão difícil.
Os membros da mesma família sofrem de formas diferentes. Uns choram, outros ficam em silêncio e existem até aqueles que tentam disfarçar o que estão sentindo. É fundamental uns apoiem aos outros e entendam que a dor não é igual para todos.
Estar perto das pessoas amadas é fundamental para tentar superar a perda de um animal de estimação.
2. A culpa não é sua
A perda de um animal de estimação pode, em algumas ocorrências, trazer um sentimento de culpa, principalmente nos casos em que a eutanásia foi definida como a única solução para acabar com o sofrimento do bichinho.
Lembrando que esse método só pode ser realizado por um médico veterinário e apenas em situações que não exista outra possibilidade de tratamento para o animal de estimação.
A recomendação nesse caso é repetir a si mesmo que fez tudo que podia pelo pet e que a eutanásia representou o fim de um sofrimento.
Contar com o apoio de um veterinário nesse momento e lembrar que o fato já estava fora de seu controle também é imprescindível.
3. Homenagem
Nós, humanos, temos um rito de passagem quando nos deparamos com a morte. Geralmente, esse ato ajuda na despedida e no sentimento de encerramento de uma história.
Com os animais não existe esse ritual, o que não impede de ser realizada uma homenagem, uma reunião entre familiares ou até mesmo algum ato simbólico para marcar essa passagem.
4. Falar sobre a assunto
Falar sobre o que está sentindo é uma forma de lidar com a perda de um animal de estimação. Essa dica é ainda mais importante no caso de crianças.
Falar a verdade, nunca esconder os acontecimentos, conversar e ouvir o que a criança tem a dizer pode ajudar muito no processo de luto.
Para os idosos, essa dor também pode ser mais difícil de lidar. Compartilhar momentos de escuta pode ser uma alternativa para auxiliá-los nesse momento difícil.
5. Converse com outras pessoas que passaram por sofrimento parecido
Dividir sentimentos parecidos e histórias semelhantes nos aproximam das outras pessoas e nos ajudam a lidar com uma situação como a da perda de um animal de estimação.
E isso é possível ser feito inclusive de forma online. Há grupos de apoio na internet que ajudam a trabalhar esse sentimento e a superar a perda.
6. Livre-se da raiva
Nos momentos de perda, a raiva quase sempre aparece. A irritação, a fúria podem ser emoções que ficarão à flor da pele na hora do luto.
É possível, porém, livrar-se desses sentimentos por meio de acolhimento, encontrando os amigos, por exemplo. Ou mesmo de liberação de endorfina, como as atividades físicas, ou fazendo alguma coisa que traga prazer, como cuidar de uma horta.
7. Faça uma recordação
Uma das formas de lidar com o luto é criar uma recordação do animalzinho. Pode ser plantando uma árvore ou até mesmo montando um álbum de fotos.
Essa é uma forma transformar o sentimento em algo físico, o que pode ajudar muito para assimilar a perda.
8. Lembre-se de momentos felizes
Ter em mente os bons momentos vividos com o animalzinho de estimação, lembrar da alegria, do amor vai te fazer sorrir e amenizar a dor que está sentindo.
9. Siga em frente e estabeleça novas rotinas
O dia a dia e os hábitos como hora do passeio, a chegada em casa dos familiares, aquela soneca no sofá, tudo isso será diferente daqui para a frente.
Uma dica é estabelecer novas rotinas e tentar criar outros hábitos que ajudem a passar por esse momento.
Doar os brinquedos e pertences também é uma alternativa a se pensar. Não que o convívio diário será substituído, mas é possível amenizar a dor com a mudança de rotina.
10. Devo substituir o animal?
Cada serzinho é único. Não era apenas um cachorro ou um gatinho, mas era o cachorro ou o gatinho. Substituir imediatamente o animal de estimação não é recomendado.
A orientação é aguardar um tempo, viver o luto pelo pet que se foi e só depois, com o passar do tempo, analisar a possibilidade de arrumar um novo companheiro para substituir o vazio que ficou na casa.
11. Atenção a sinais da depressão
É preciso ficar atento aos sinais de que a tristeza pode estar virando depressão. Um dos sintomas é o tempo, geralmente a tristeza profunda dura, em média, duas semanas, enquanto a depressão persiste por tempo indeterminado.
Perder muito peso também é um sinal de preocupação que deve ser levado em consideração. Para a tristeza não há tratamento, pois o sentimento é passageiro. Já para a depressão, existe e deve ser buscado.
12. Procure ajuda
Se apresentar algum dos sinais de depressão, ou mesmo se estiver muito difícil lidar com essa perda e, inclusive, atrapalhando atividades cotidianas como trabalhar ou comer, por exemplo, é importante buscar ajuda de um psicólogo, que é o profissional que pode ajudar a enfrentar esse momento.
Disponível em: Psicóloga dá quatro dicas de como superar a morte do pet. https://www.metropoles.com/colunas/e-o-bicho/psicologa-da-quatro-dicas-de-como-superar-a-morte-do-pet Acesso em: 15 nde agosto de 2022.